Todo santo cidadão desse mundinho de Deus vem perguntar para mim, estudante de jornalismo, o que eu acho da decisão do Supremo para a não obrigatoriedade do diploma de jornalista para exercer a profissão... E de fato nunca foi obrigatório. O que se percebe em redações de grandes veículos é um imenos número de pessoas que são recicladas há cada 6 meses, todos eles são, em sua maioria, estudantes de jornalismo. Em contrapartida alguns dos nossos melhores jornalistas não são, e nunca pensaram ser, graduados. O exercício da profissão vai além de um curso. Eu faço porque antes desses 3 anos perdidos, eu não tinha a mínima noção de como funcionava uma redação, uma televisão, um rádio. A base que eu tenho agora abre portas para uma alavancada de opções.
Ainda que não obrigado, em assessoria de imprensa já vemos esse filme há alguns anos. Não precisa ser jornalista, pode ser RP, às vezes até PP. Eu não acho, sinceramente, que as empresas fecharão as portas para aqueles que cursam incansadamente. Até porque a cada dia as empresas estão ficando mais e mais impacientes, e não vão querer ensinar um aluno de ensino médio a escrever um lead, à buscar informações, à apurar e editar. O curso continuará em voga para todos aqueles que querem aprender e entrar no mercado de trabalho com uma base boa.
Eu aprendi no curso de jornal que nem tudo são flores na hora de entrevistar. Que tem gente chata pra cassete, ignorante e arrogante. Que as perguntas que você faz nem sempre são entendidas e fica um clima péssimo quando você tenta consertar. Que não é contar uma história, e sim como contar. Que tenho que seguir as 5 perguntas básicas para uma entrevista impressa (quem, quando, onde, como e porquê) e que isso tem que estar no "abre" da matéria. Que quando você entrevista alguém por telefone não pode fazer grunhidos de aceitação (tais hum,hum) e nem cortar o que a pessoa está falando. Que na hora da televisão sua aparência conta muito e a forma como você aborda alguém pode mudar totalmente o rumo da matéria. Que editar não é fácil pra ninguém, e que entrevistar ao vivo é como um mártir em nossas vidas. Além de que se você não tem uma inteligência no mínimo boa, se não sabe discutir política, ou economia, ou futebol, ou novelas, ou fofocas, e tudo isso junto, você não se encaixa no perfil de jornalista.
Eu não me arrependo de ter escolhido a profissão que eu gosto. Me decepcionei com algumas faces do jornalismo que eu jurava que não existiam por pura ingenuidade. Tentei ser imparcial mas quanto mais eu fazia mais parte eu tomava. Já passei vergonha falando besteira e todo semestre eu fico de exame. Não sou uma aluna exemplar, mas tão pouco reclamo que fico para trás. Percebi que tenho dom para lidar com pessoas, que sou curiosa e tenho um jeito própria de sacar informações e que, principalmente, eu consigo ganhar a confiança das pessoas. Se não fosse pelo meu curso acredito que nunca iria descobrir nada disso, ou me levaria anos.
Então, se me perguntam o que eu acho da decisão do STF eu respondo que eu não me importo. Eu vou continuar no curso, eu vou continuar aprendendo e abrindo portas. Não sou um talento nato que nasceu para o exercício do jornalismo, ou seja, não adianta eu tentar ser sem um curso de graduação.
Eu li agora no UOL que o curso não vai acabar (óbvio, muito dinheiro pras faculdades) mas que vai se tornar como Moda e Culinária, cursos que não tem obrigatoriedade do diploma. Eu não faria uma comparação pífia desse jeito, mesmo porque eu zelo pelo meu curso, e digo com todas as letras que ser jornalista não é fácil.
Ainda tenho a certeza de que muitos aspirantes quebrarão a cara quando se meterem no mercado para escrever uma matéria "que qualquer um pode fazer". Quando as relações éticas e o compromisso com a verdade bater na traseira desses que acham que é fácil, nós, jornalistas, vamos assistir de camarota a deteriorização daqueles que votaram a favor dessa bobagem de diploma.
Mas confesso que ouvi muitos na faculdade dizendo que iam parar de estudar, ou desencanar da vida. Até pensei isso também, mas enquanto as empresas tiverem bom-senso, e enquanto nós tivermos paciência, essa decisão pífia passará despercebida.
Eu tenho tantas opiniões formadas sobre esse assunto que se ficasse aqui escrevendo levaria um dia inteiro, e quando relesse mudaria algumas coisas.
Ser jornalista não é apenas um curso, é um amor à investigação, você recebe pouco (muito pouco), trabalha muito, sobre pressão, sobre xingamentos, finais de semana, madrugadas, sem folga...Você chora, se estressa, manda a merda..Mas quando vê seu trabalho públicado, e vê pessoas comuns lendo ou vendo ou ouvindo o que você tem a dizer todo o ódio pelo trabalho vai embora, você se sente no céu e respira aliviado por ter escolhido a profissão que sempre quis.
Diploma ou não diploma, eis a questão?
Para mim não mudará nada, vou continuar na luta da graduação, quero estar preparada e obter sucesso em menos tempo do que a maioria dos pseudos-jornalistas.
Não é um pedaço de papel que vai me fazer desistir de ser o que sou, de aprender, de me aventurar.....Mas falando sinceramente, já paguei três anos de faculdade, não vou desistir agora!!
Ainda que não obrigado, em assessoria de imprensa já vemos esse filme há alguns anos. Não precisa ser jornalista, pode ser RP, às vezes até PP. Eu não acho, sinceramente, que as empresas fecharão as portas para aqueles que cursam incansadamente. Até porque a cada dia as empresas estão ficando mais e mais impacientes, e não vão querer ensinar um aluno de ensino médio a escrever um lead, à buscar informações, à apurar e editar. O curso continuará em voga para todos aqueles que querem aprender e entrar no mercado de trabalho com uma base boa.
Eu aprendi no curso de jornal que nem tudo são flores na hora de entrevistar. Que tem gente chata pra cassete, ignorante e arrogante. Que as perguntas que você faz nem sempre são entendidas e fica um clima péssimo quando você tenta consertar. Que não é contar uma história, e sim como contar. Que tenho que seguir as 5 perguntas básicas para uma entrevista impressa (quem, quando, onde, como e porquê) e que isso tem que estar no "abre" da matéria. Que quando você entrevista alguém por telefone não pode fazer grunhidos de aceitação (tais hum,hum) e nem cortar o que a pessoa está falando. Que na hora da televisão sua aparência conta muito e a forma como você aborda alguém pode mudar totalmente o rumo da matéria. Que editar não é fácil pra ninguém, e que entrevistar ao vivo é como um mártir em nossas vidas. Além de que se você não tem uma inteligência no mínimo boa, se não sabe discutir política, ou economia, ou futebol, ou novelas, ou fofocas, e tudo isso junto, você não se encaixa no perfil de jornalista.
Eu não me arrependo de ter escolhido a profissão que eu gosto. Me decepcionei com algumas faces do jornalismo que eu jurava que não existiam por pura ingenuidade. Tentei ser imparcial mas quanto mais eu fazia mais parte eu tomava. Já passei vergonha falando besteira e todo semestre eu fico de exame. Não sou uma aluna exemplar, mas tão pouco reclamo que fico para trás. Percebi que tenho dom para lidar com pessoas, que sou curiosa e tenho um jeito própria de sacar informações e que, principalmente, eu consigo ganhar a confiança das pessoas. Se não fosse pelo meu curso acredito que nunca iria descobrir nada disso, ou me levaria anos.
Então, se me perguntam o que eu acho da decisão do STF eu respondo que eu não me importo. Eu vou continuar no curso, eu vou continuar aprendendo e abrindo portas. Não sou um talento nato que nasceu para o exercício do jornalismo, ou seja, não adianta eu tentar ser sem um curso de graduação.
Eu li agora no UOL que o curso não vai acabar (óbvio, muito dinheiro pras faculdades) mas que vai se tornar como Moda e Culinária, cursos que não tem obrigatoriedade do diploma. Eu não faria uma comparação pífia desse jeito, mesmo porque eu zelo pelo meu curso, e digo com todas as letras que ser jornalista não é fácil.
Ainda tenho a certeza de que muitos aspirantes quebrarão a cara quando se meterem no mercado para escrever uma matéria "que qualquer um pode fazer". Quando as relações éticas e o compromisso com a verdade bater na traseira desses que acham que é fácil, nós, jornalistas, vamos assistir de camarota a deteriorização daqueles que votaram a favor dessa bobagem de diploma.
Mas confesso que ouvi muitos na faculdade dizendo que iam parar de estudar, ou desencanar da vida. Até pensei isso também, mas enquanto as empresas tiverem bom-senso, e enquanto nós tivermos paciência, essa decisão pífia passará despercebida.
Eu tenho tantas opiniões formadas sobre esse assunto que se ficasse aqui escrevendo levaria um dia inteiro, e quando relesse mudaria algumas coisas.
Ser jornalista não é apenas um curso, é um amor à investigação, você recebe pouco (muito pouco), trabalha muito, sobre pressão, sobre xingamentos, finais de semana, madrugadas, sem folga...Você chora, se estressa, manda a merda..Mas quando vê seu trabalho públicado, e vê pessoas comuns lendo ou vendo ou ouvindo o que você tem a dizer todo o ódio pelo trabalho vai embora, você se sente no céu e respira aliviado por ter escolhido a profissão que sempre quis.
Diploma ou não diploma, eis a questão?
Para mim não mudará nada, vou continuar na luta da graduação, quero estar preparada e obter sucesso em menos tempo do que a maioria dos pseudos-jornalistas.
Não é um pedaço de papel que vai me fazer desistir de ser o que sou, de aprender, de me aventurar.....Mas falando sinceramente, já paguei três anos de faculdade, não vou desistir agora!!
2 comentários:
Ta aí... muito mais serena do que eu!
Vamos virar hippies e morar em boissucanga!
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