quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Brisa de uma quinta à tarde

Descendo pela minha rua hoje, logo depois de voltar do médico com a minha vó, vi uma mocinha toda de preto. Até aí ok, "Emo de merda...", pensei. Reparando mais atentamente vi que essa mesma transeunte tinha um véu preto em sua cara... "Ah, é a chuva!", pensei novamente. Aí olhei para os tornozelos da donzela, e vi que a calça era meio Skinny meio Aladdin..."Deve ser a última tendência", mais uma vez pensei. Percebi que muitas pessoas estavam olhando para essa pretinha básica, olhavam sem entender nada. Eu estava do outro lado da avenida, e ainda assim não conseguia ter uma visão clara. Fechei um pouco os olhos para que os mesmos se dilatessem no mesmo sentido de um par de lentes para miopia e astigmatismo. Fiquei curiosa, queria saber o que diabos estava acontecendo ali.
E então eu entendi.
Essa moçoila estava vestida de ninja. Não de ninja karatecataekondecakungfueca...Não, meus caros leitores, ela estava vestida de ninja de desenho animado. E estava andando na rua, como se nada tivesse acontecido. O que mais me impressionou foi que era como se um desses personagens loucos estivessem andando por aí. E eu não estou falando daquelas pessoas que são tão fissuradas (nerds) que se vestem, os famosos Cosplay (ou qualquer coisa do tipo), era simplesmente uma ninja preta, com véu na cara, no ponto de ônibus.
Se não fosse minha vó do lado eu juraria que tinha cheirado muito álcool em gel no trabalho, que aliás eu descobri que se inspirado com fervor dá até pra ouvir o "piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii"...
Bizarro! E não é só isso. Na minha rua já vi de tudo, passeata de travestis, de trabalhadores, de mulheres na política, de ciclistas e MacDiaFeliz. Já vi mendigos empinando pipas imaginárias, yakisobas na esquina e muito, muito, muito, muito milho verde. Pessoas deitadas na porta do hospital, outras caídas de bêbadas. Uma das moradoras ganhou até a simpatia de minha vó, que fica apreensiva quando começa a chover e olha pela janela a moça embaixo das cobertas.
Fora as BMWs, Audis e outros carros magníficos que param no hotel, e outros que entram em um dos prédio de 700 metros quadrados.
Quando me mudei senti falta do meu lugarzinho no Ipiranga...Mas eu só sei que não saio mais da onde eu estou, que outro lugar eu veria uma ninja de preto esperando um ônibus, porque catso ela não saiu pulando pelos telhados e jogado os tchacos da morte em quem aparecesse na frente??
Pois é, não sabe né?
Nem eu!

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