quarta-feira, 11 de março de 2009

Don't cry for me Argentina

Quando acordou pela manhã, a menina de cabelos escuros sorriu. Não sabia porque exatamente estava sorrido, estava apenas fazendo um movimento involuntário que não cessava nunca. Tentou parar, mas só a menção de tal ato a fez doer as bochechas como se estivesse esperando um tratamento dentário. Decidiu então deixar se levar pelo sorriso, tentou lembrar se havia sonhado com alguma coisa que pudesse ter provocado tal reação. Não pôde se lembrar. Buscou na memória o que tinha acontecido no dia anterior, ainda assim não obteve nenhum resultado positivo em relação a isso. Deixou-se sorrir por cansaço. "Porque estarei sorrindo?", perguntou aflita, olhando pro espelho. Tentou justificar o sorriso com o fim da semana, mas não, ela apenas começara... Resolveu pensar em coisas diferentes, pensou nos momentos de agonia e dor, nos momentos de tristeza. Lembrou que quando criança chorou de solidão, que já sofreu por amor, que havia quebrado um membro. Lembrou de quando não lhe deram o que queriam, de quando a despediram, de quando falhou em uma prova. Essas lembraças vieram numa rapidez tão atroz que o sorriso virou choro. E começou a chorar porque isso podia justificar.
Chorou porque sabia porque estava chorando, sentia-se melhor quando sabia de suas atitudes. Deixou-se levar pelo choro que ainda persiste. Ainda que chora, consegue sentir cada momento de dor que passou, cada vez que não conseguiu. Chorar a fazia melhor..

Voltou para a cama, abraçou o travesseiro e continuou chorando, até que o sono a dominasse e ela o envolvesse de novo....

Um comentário:

Braz disse...

Prefiro raxar o bico, sempre!