domingo, 29 de março de 2009

Cachará de forfe

Sexta gripada, era assim que eu definiria minha sexta feira. Dor, corisa, entupimento nasal, sono, cansaço....Tudo isso em uma quantidade exurbitante, pensei eu que não conseguiria ir pro show da Ivete no dia seguinte. Comprei um remédio pra gripe tão forte que demorava meia hora pra eu cair dura na cama. Tomei ele várias vezes... Sábado ainda acordei zuada, mas decidi ser mais forte que a gripe e saí de tarde. Tomei cerveja, minha garganta doeu, tomei sorvete, ela gritou. Fui pra um apartamento "x" com umas amigas de meu irmão, tomamos mais cerveja, nessa hora minha garganta simplesmente inexistia. 

Chegamos em casa quase 9 horas, fui ajudar nas placas dos carros, fiquei até a hora do show. Entrei....vazio.....

A Zorra, banda que iniciaria tentava sem sucesso fazer o povo se animar, algumas pessoas aqui, outras ali, a arena cheia de barro devido ao dilúvio que caiu mais cedo. Era tanta lama que os saltos agulhas das cocotinhas ficavam invisíveis, e eu me sentindo em uma areia movediça, onde pisava, colava. Entrei com algumas amigas de Maso (irmão) que conheci no mesmo dia, fiquei um pouco com elas, não muito animadas. A cerveja?? 4 reais uma latinha de Nova Schin, absurdo, mas lá ia eu pagar o preço.

Curti da maneira que podia, muitos pivetes e homens horrorosos na pista, os bonitões todos de camarote ou área vip. Enquanto um pivete vinha pagando de adultinho e outro de boné aba reta, corrente de prata e aparelho odontológico, uma bota aqui, outras ali, uma cara de bosta (a minha) e chuva, perdi as esperanças de "passar o rodo". Tanto foi que começou o show da Ivete e eu fui pro meio da muvuca numa tentativa desesperada de sentir calor humano.... Encontrei mais algumas pessoas, encontrei um menino que eu dei uns beijos no carnaval de 2008, vergonha. Ele ficou do meu lado, todo guapetão, e eu conversava e cantava.

Ivete arrasou, agitou todo mundo, a banda em cima do trio derrubava qualquer muro de pedra, só cantou músicas conhecidas, finalmente soube que porra de "Vá buscar Dalila" o pessoal andava cantando, e me diverti horrores.

Foi quando, desencanada de beijo na boca, sem sorine (a segurançå não me deixou entrar alegando poder ser droga), entupida e sem amigos, que eu vi um sorriso numa pulseira laranja (a da ala VIP). 

Ele sorriu, eu sorri, como estava a fazer pra todo mundo, ele me deu um Hi-5, eu retribui, e assim ficamos cantando. Ele sorrindo, eu cantando... Quando acabou a música eu apontei pra pulseira e disse "Me dá uma cerveja da Ala VIP" (era open bar)..Ele me chamou pra mais perto, eu repeti, ele disse "Só se a gente fingir que namora", eu falei "Então vambora", ele pediu um beijo e eu dei, não esperando muita coisa.

Foi aí que tudo aconteceu em um segundo. A música parou, as pessoas pararam de cantar, o chão parou de ficar lamacento, meu cabelo deixou de ficar molhado e eu voltei a respirar. Foi um beijo daqueles de tirar você de si, de fazer você voar longe, sair do chão, desistir de tentar entender aonde estava há 5 minutos atrás, foi sensacional. E a recíproca foi verdadeira, porque olhamos um pra cara do outro e começamos a dar risada.

Assim ficamos, beijando, se pegando, se abraçando, cantando, bebendo e se divertindo, até as 5 horas da manhã. Foi tão gostoso, e tão saboroso que eu voltei feliz, mesmo sabendo que talvez nunca mais o veja. Foi o melhor Piracicabano que eu já encontrei....!!!

Talvez pelos 10 anos a mais, ou talvez pelo jeito como me beijava, ou o carinho, ou a atenção, posso dizer, certamente, que me apaixonei na micareta. Isso me coloca no ranking dos melhores feitos de Sara Heck, e foi, decididamente um dos melhores ficantes que já tive!!!

Por isso eu digo:
15, 15, cachará de forfe.....

Um comentário:

Braz disse...

ARREBEEEEENTA SARITA!!!

só não intendi o "fui ajudar nas placas dos carros"